tag:blogger.com,1999:blog-82563459843896634812024-03-13T04:16:37.448-03:00Começa a haver...Eu sou um perfil confuso.
Um monte de coisas juntas.
Um tanto de sentimentos revirados.
Um mundo de pessoas reunidas, um pouco de você e um pouco de mim...
As vezes sou monocromática , as vezes multicolorida, mas na dúvida, eu sempre uso preto.A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-20693316405984006462013-02-25T16:51:00.002-03:002013-02-25T16:51:41.493-03:00Sorry For The Mess<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
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<div class="MsoNormal">
As palavras que escondemos num passado distante</div>
<div class="MsoNormal">
São as mesmas que gritamos o tempo todo para que sejam lidas</div>
<div class="MsoNormal">
Por isso nos escondemos de portas abertas e somos
encontrados, todos os dias</div>
<div class="MsoNormal">
Num esconderijo absolutamente previsível</div>
<div class="MsoNormal">
Absolutamente certos de que nos tornamos diferentes.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
"Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,<br />
Tende piedade de nós.<br />
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,<br />
Tende piedade de nós.<br />
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,<br />
Dai-nos a paz."</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-90221545668527336782013-02-05T18:26:00.003-02:002013-02-05T18:26:50.194-02:00Das cartas que escrevi<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfbQhhrhE1Zf5lgqZn-cmraOhGb-pwWCoPCW3pWBOdfj6CkaRLYMjbbI-o40aa9CAGUdqvb4G7bbV2K7Lnpq7NfWvo51jKKdtJFcjDyyG-Y8mdQaj1-ASiFoXh8lTrWQWMnVia0BFNIL1R/s1600/images.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfbQhhrhE1Zf5lgqZn-cmraOhGb-pwWCoPCW3pWBOdfj6CkaRLYMjbbI-o40aa9CAGUdqvb4G7bbV2K7Lnpq7NfWvo51jKKdtJFcjDyyG-Y8mdQaj1-ASiFoXh8lTrWQWMnVia0BFNIL1R/s1600/images.jpeg" /></a></div>
Tia Josi, <br />
<br />
Pode parecer mentira, mas dias desses me peguei mergulhada em tantas
lembranças boas dos meus dias em Santana do Jacaré, que acredito ter te
transportado todo sentimento de carinho por tudo que você
proporcionou à minha vida. Talvez por isso tenha sentido saudades.<br />
Fiquei tentando imaginar quais serão as brincadeiras da minha filha. Se
ela terá uma pracinha pra desfilar de chapéu e se vai gostar de batom e
das coisas de menina, assim como eu. <br />
Torço para que ela seja bem criança, mas que não estenda sua adolescência até os 20 e poucos (assim como eu - risos).<br />
Eu espero que ela goste de poesia. As primeiras que li foram as suas.
Foi na casa do vovô que eu li as melhores coisas. Eu ouvi Paulinho Pedra
Azul pela primeira vez, do seu rádio. As minhas primeiras impressões
sobre o universo feminino partiram de conversas saídas do seu quarto. Eu
adorava as suas roupas. Eu adorava a sua letra... Senti sua falta nos
últimos carnavais...<br />
Ninguém, nunca terá uma casa de bambú ou de revista iguais as que você
construiu para nós (eu, Lê, Lú, Glauco, Fabiano), por isso muita gente
acha que vivemos um sonho, que infância assim jamais existiu. Por isso
muita gente acha que Santana é lenda e que nunca nessa vida roubamos
galinha e varamos a madrugada ao som de um violão desafinado.<br />
Você foi professora de verdade, pintamos desenhos de verdade. Você
cozinhava na cachoeira, enfeitava as festas dos outros com a sua
criatividade, pitava o seu cigarro, trabalhava na prefeitura e então,
podíamos entrar à vontade na praça esporte (risos).<br />
Durante muito tempo eu precisei dessas lembranças pra fazer a vida mais
doce. E ela era mesmo, mais doce. Minha vida até dias desses foi
fantasia.<br />
Esse sentimento deveria ser transmitido para o bebê durante a gestação.
Assim, aqueles que nos são caros, seriam caros para os pimpolhos também.
Meus olhos pelos olhos dela, os dela pelos meus, assim trocaríamos as
coisas maravilhosas que vivemos ao longo dessa vida. Assim tornaríamos
eternas as pessoas que fazem a diferença, que fazem o mundo da gente ter
gosto de férias (risos).<br />
Você é importante. Você é especial. Você mora aqui, no meu coração.<br />
<br />
Amo-te.A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-7488651869104809992013-02-05T16:34:00.004-02:002013-02-05T16:35:26.858-02:00Léo, O Pardo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSM2hnJnU2IjlraToUlIn6_78kJPrq-KqdNOK_RbkV1V1G8A2oxnpuLDalAiasbLio9zDlptoFIDxmADa4laymAFM3H01S6VDx2p1B2gxf0A4uoFt-GDXXvCBjhCOFR5DCWPylNmSgQB4j/s1600/LEON_O_PARDO_1247594638P.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSM2hnJnU2IjlraToUlIn6_78kJPrq-KqdNOK_RbkV1V1G8A2oxnpuLDalAiasbLio9zDlptoFIDxmADa4laymAFM3H01S6VDx2p1B2gxf0A4uoFt-GDXXvCBjhCOFR5DCWPylNmSgQB4j/s1600/LEON_O_PARDO_1247594638P.jpg" /></a><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Léo, o pardo - Rinaldo santos teixeira<br />
<br />
Da parte que me toca, a minha primeira paixão tinha sido a Elisa, menina negra linda de cabelo solto ou trança, que trabalhava na casa da diretora da escola, a Dona Silene.(...) Certo dia, a Elisa me encanou: "quero te dar um beijo de novela das oito". " Como que é isso?" "Eu coloco a minha língua perto do céu da sua boca, e você com a sua tenta desviar, se enrosca e tenta encontrar o céu da minha". E a gente ficou nessa.<br />
<br />
Que saudade de você!A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-88808889268896542982012-06-20T00:52:00.004-03:002012-06-20T00:52:49.120-03:00Ambiguidade<span style="font-family: Calibri;">Uma menina sentada no coreto da
cidade do interior quase sempre sonha coisas distantes e possíveis de não
acontecer da forma serena e angustiante que tanto almeja<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Quase sempre sorri com lágrimas pelas
coisas belas e bobas que a vida oferece e arranca de suas mãos tão pequenas de
grandes gestos<o:p></o:p></span><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh_Zx0zLd8xgW5o340Rm-9ilr-hC0aVq6wqpc3Oc7PXeESm_-C-LI4KhZjuD7CVnJWVHIDuott0qWwPoY4Nw1qaxMhn8NV9Tloc4y4ddjSd66VJevTYeaA9Z0z2HHdbngobB44mK0y6AA_/s1600/coreto1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh_Zx0zLd8xgW5o340Rm-9ilr-hC0aVq6wqpc3Oc7PXeESm_-C-LI4KhZjuD7CVnJWVHIDuott0qWwPoY4Nw1qaxMhn8NV9Tloc4y4ddjSd66VJevTYeaA9Z0z2HHdbngobB44mK0y6AA_/s320/coreto1.jpg" width="240" /></a><span style="font-family: Calibri;">A vida cheia de coisas boas
difíceis de serem vividas por uma menina sentada no coreto da cidade do
interior, quase sempre...<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">E sorri do amor que chega de
mansinho e derruba sua resistência em acreditar que ele, de nada, vale tudo<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Ela toma sorvete e observa lá de
cima a vida correndo devagarzinho que nem dá tempo<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">E respira ofegante de tão lento
que o dia passa, sente seu coração descompassado que parece que vez ou outra, para...
ela sente<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Quase sempre sonha coisas difíceis
possíveis de serem alcançadas, ao ver a vida passar rapidamente naquele marasmo.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Lá do coreto. Sorri do amor que
chega arrebatando com sua natureza calma. E da vida que lhe chega aos poucos
com tanta urgência... quase sempre.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Lá do coreto. Um silêncio
ensurdecedor que deixa ouvir a alegria gritando de tanta tristeza no coração de
menina do interior, sentada no coreto tomando sorvete na agitação da cidade,
quase sempre...<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Quase...<o:p></o:p></span><br />A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-62702935875202820692011-09-25T13:23:00.001-03:002015-02-19T15:45:06.543-02:00Coletivo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX5E4NUfZSVFgFQuPBhmYh4aYfta7mSp4Hc9mch5DB6EBOI1ZHpXt-Jt8N13AI0EuWIkY0skUIOf38HJsitZrRfDVH5VCLAByIJnHj4D67SUAX6YgFuXFzCb_WbVVT2FsfjnFHN4Gsj9Mx/s1600/9061492_imagem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX5E4NUfZSVFgFQuPBhmYh4aYfta7mSp4Hc9mch5DB6EBOI1ZHpXt-Jt8N13AI0EuWIkY0skUIOf38HJsitZrRfDVH5VCLAByIJnHj4D67SUAX6YgFuXFzCb_WbVVT2FsfjnFHN4Gsj9Mx/s320/9061492_imagem.jpg" hca="true" height="320" width="224" /></a></div>
Houve um tempo em que eu não me desligava um segundo. Atenta aos pontos de referências característicos da Zona Leste de São Paulo. Até para embarcar no trem os olhos eram espertos, as mãos seguras, bem dizer, agarradas à pilastra de sustentação dos tetos da Maria-fumaça.<br />
Quase nunca eu entrava sossegada. Era praticamente “cuspida” para dentro. O cabelo tão bem penteado... É um balé o movimento da cabeça para não deixar arrepiar um fio daquele coque trabalhoso.<br />
Percebia que com fones nos ouvidos o mundo lá fora parecia menos selvagem. Acho que a maioria das pessoas pensam da mesma forma. Hoje, consegue-se ouvir os pingos da chuva do lado de fora, na linha férrea. Isso assusta, mas consigo dormir o resto de sono que o tempo me surrupiou durante a noite. Aliás, o tempo tem sido implacável...<br />
Particularmente não gosto de encontrar pessoas conhecidas durante o meu percurso. Finjo que estou dormindo ou fixo o olhar na paisagem do lado de fora das janelas embaçadas, vandalizadas, cheias de recados amargurados de pessoas que juram amor eterno.<br />
O trem não circula mais de portas abertas. O maquinista repete isso com muito orgulho, de cinco em cinco minutos, mas os pés para fora garantiam uma cabeça para dentro. Agora, de portas fechadas, quem vê lá da rua, imagina centenas de artistas fazendo poses, amassando a boca e o nariz na janela para fazer graça pra criançada. Que maravilha!<br />
As vezes me pergunto como alguém possui a façanha de movimentar o maxilar para comer uma coxinha, um croquete qualquer, exalando um cheiro de ontem dentro de um espaço mentiroso. O cheiro procura desesperado a saída e chega a pensar em suicídio. Instala-se nas narinas mais próximas para sentir-se seguro. Quase sempre são as minhas. <br />
Hoje em dia parece que não vejo ninguém. Nem meço a distância entre a plataforma e o trem. Solto as mãos das pilastras para prestigiar o comércio do coletivo, sem medo de cair. Impossível alguém cair. Se eu tirar meu pé do lugar, perco território. <br />
Antes a viagem durava cerca de uma hora e meia. De uns dias pra cá, eu acordo e já cheguei ao meu destino, não sinto nada.<br />
Será que estou ficando desatenta? Cansada? Não tenho reparado se meus antigos pontos de referência mantêm a textura de sempre nas paredes.<br />
É tudo silêncio. As pessoas apenas sussurram as histórias que outrora enchiam minha cabeça de imaginação e até rendiam alguns pontos nas provas do ENEM. O barulho, hoje, mais suave dá máquina, educa o tom das pessoas. Até os pedintes respeitam o seu sono. Quando você acorda, encontra entre suas pernas um papel apelativo que quase sempre começam com “desculpe incomodar”.<br />
As coisas continuam acontecendo. A disputa pelo espaço ainda é motivo de caras tortas, olhares fuzilantes e cotoveladas provocadoras. Mas as pessoas falam mais baixo. É uma má educação mais elegante. Com batom e cheiro de “avanço”.<br />
Esse silêncio chega a ser um insulto. Os olhares só se perdem nas brechas dos corpos para tentar flagrar um “encoxando” o outro. É uma neurose, todo mundo desconfiado e fingindo que está lendo.<br />
Dinamizaram aqueles pontos da ferrovia. As pessoas querem ficar com a cara das novas estações. Tentam apagar da memória o antigo “sukitão”.<br />
O trem circula com menores intervalos de tempo. (Mas está sempre aguardando a liberação da sinalização).<br />
Os vagões possuem maior espaço físico. (Para comportar melhor o número de pessoas que disputam o mesmo ar com poucos vidros abertos e constantes beliscões nas nádegas).<br />
O maquinista está mais gentil, desejando a todos uma boa viagem, dizendo bom dia, boa tarde e boa noite.<br />
Os assentos preferenciais são sempre preferência. É o que mais se destaca com cores quase sempre suaves. E como temos idosos, gestantes e agora, pessoas com IMC maior que 40 também têm preferência.<br />
Me lembro quando minha mãe me colocava de castigo, abraçada à minha irmã e pedia que disséssemos uma a outra “te amo”, a todo momento, quando na verdade eu estava louca pra descontar o puxão de cabelo. Desde então nunca mais tive essa sensação. No trem me sinto nostálgica. Vez ou outra me vem à mente esses castigos que minha mãe aplicava.<br />
Não há nenhum outro lugar onde somos tão unidos: ouvimos as músicas dos outros, nos olhamos profundamente, nos tocamos, ficamos tão próximos! E olha que nem foram as nossas mães que mandaram... a coisa flui! Em instantes você percebe o quanto isso é natural. O quanto é uma boa desculpa para o seu mau humor durante o dia de trabalho.<br />
O mais engraçado é que a carne amolece com tanto aperto. Saio do trem mais humana e com a minha criatividade mais aguçada. <br />
De manhã sempre tem fogos na região onde desço. Então agarro minha bolsa e sou “cuspida” para fora. Piso na plataforma e digo: - “ah, areia de Copacabana! Só aqui temos fogos fora do Reveillon”. <br />
Percebam: nem tudo está perdido!A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-42212137009774997422011-09-23T19:35:00.002-03:002011-09-23T19:39:17.588-03:00Foi-se embora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNt3KydGyA8RUqWA8vD2-ZO-UpFeghzlAl9CAV1zxRLV7SI14wTUJmI3sjl37fW8_XOUs75GNLCNStBf1Dw05UB8ZSLs6EumRE7pp93gOgwrqG6xjXj8gkCzHmOzIzuEAK2Z-k5rDwovUQ/s1600/Adeus_Amor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hca="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNt3KydGyA8RUqWA8vD2-ZO-UpFeghzlAl9CAV1zxRLV7SI14wTUJmI3sjl37fW8_XOUs75GNLCNStBf1Dw05UB8ZSLs6EumRE7pp93gOgwrqG6xjXj8gkCzHmOzIzuEAK2Z-k5rDwovUQ/s320/Adeus_Amor.jpg" width="320" /></a></div><br />
Desde que surgiste em meu caminho<br />
Secaste minhas palavras<br />
Como se na vida não pudéssemos ter tudo<br />
Ainda que esse tudo represente quase nada<br />
Mas quando decidiste ir embora, que maldade!<br />
Devolveste a caixa de presente com meu coração pequenininho<br />
Mas me voltaram as letrinhas, aos poucos, com saudade<br />
Ora, se fizeste de mim tão triste, tão sozinha nessa dor<br />
Que assim seja escrito<br />
Porque foste, um dia, sem palavras, o meu amor.A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-31820430331010407852011-09-23T19:28:00.001-03:002011-09-23T19:43:52.458-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5wfxuJQyglgKbjkwMJuzUcYQqzeRQpt48Go32Nh84qCOvfKzuixFHhvBDdsQHQjvVedEDC7IWRKLE_OgJqpEn_V9smVMIDskLAXdxg6KyvhmDMZYxtdxKOvkaKurZtr74tFYU6tsftxJI/s1600/fotos-de-amor-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hca="true" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5wfxuJQyglgKbjkwMJuzUcYQqzeRQpt48Go32Nh84qCOvfKzuixFHhvBDdsQHQjvVedEDC7IWRKLE_OgJqpEn_V9smVMIDskLAXdxg6KyvhmDMZYxtdxKOvkaKurZtr74tFYU6tsftxJI/s320/fotos-de-amor-2.jpg" width="320" /></a></div>"Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério - o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas."<br />
<br />
(F. Gular)A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-86099032254343145532011-09-23T18:57:00.002-03:002011-09-23T19:45:54.247-03:00A Marcela 2<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF10t7egtBlk2RfuU3IKeqizAaY0gcCoMAK1ggJIFv4XKP5UlAyzKWEQNbhILBIVkuztdyVOVvDPNtgZccpJvtitILLwHRTUZoTLhbQFAz_CleWAQE9rypVa095aU-xMQQMKnUlau0maCB/s1600/5985932766_a4483195aa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hca="true" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF10t7egtBlk2RfuU3IKeqizAaY0gcCoMAK1ggJIFv4XKP5UlAyzKWEQNbhILBIVkuztdyVOVvDPNtgZccpJvtitILLwHRTUZoTLhbQFAz_CleWAQE9rypVa095aU-xMQQMKnUlau0maCB/s320/5985932766_a4483195aa.jpg" width="320" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A Marcela, a menina engraçadinha do 172 é mesmo uma figurinha: </div>da pipoca, prefere o piruá,<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">do pão, a casquinha que cai sobre a mesa, sem geléia e sem manteiga,</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">gosta de abacaxi e morango azedo, toma três banhos por dia.</div>come uma bacia de alface sem tempero e exige o tomate, com rebeldia<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Essa menininha...</div>Só podia ser da Marcelolândia.A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-21003419364177504212011-09-08T03:02:00.002-03:002011-09-23T18:59:00.493-03:00A Marcela<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji9_i_yqD92teORUnR0ZDUUtD-MmlkZJ43LDRGBjPOWiOyYfhf7NEK138nsV9qojMvGg-1NXoY4AQgCqmiC8h6E2w61CLcFWGuH3X0syJne3xJCN9z9I4V9oeHdHCH6xrRr0NuuF-Q5wpg/s1600/5985369935_94dc0c86e7.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" nba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji9_i_yqD92teORUnR0ZDUUtD-MmlkZJ43LDRGBjPOWiOyYfhf7NEK138nsV9qojMvGg-1NXoY4AQgCqmiC8h6E2w61CLcFWGuH3X0syJne3xJCN9z9I4V9oeHdHCH6xrRr0NuuF-Q5wpg/s320/5985369935_94dc0c86e7.jpg" width="320" /></a>A Marcela é uma menina muito engraçadinha que mora alí no 172.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Dizem que quando ela nasceu não chorou, só fez um barulhinho parecido com “nhémmm”, </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Aqui no condomínio ela gosta de caminhar sozinha no auge de seus 500 e poucos dias de vida (bem vividos). Já com muito equilíbrio, não quer que ninguém segure a sua mão, e corre balançando as cadeirinhas quase sempre sem direções definidas.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Ela fala kiki (xixi), cocô, mamãe, papai, vovô, vovó, kuko (suco), e cantarola o dia todo a canção do porquinho Astolfo: aaaaaaaaaaaaaaii, aaaaaaaaaii (é só essa parte que ela sabe). Mas ela gosta de cantarolar muitas outras canções, sim.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Acho que a Marcela será uma grande bailarina, porque enquanto entoa suas canções, ela dança magnificamente alguns passinhos improvisados.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Quando mamãe e papai chamam a atenção da pequena, ela fecha os olhos e suspira simulando um grande arrependimento. Talvez seja também uma grande atriz tal qual o papai.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A Marcela e filha do Marcelo e vive na Marcelolândia.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Marcelo, Marmelo, Martelo? Não, esse não é seu pai...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A mãe dela é pedagoga, executiva, depiladora, manicure, maquiadora, cabeleireira, escreve nas horas vagas e lê histórias e parlendas.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Ela tem um porquinho cor-de-rosa e um elefante cinza que canta em inglês. Um bicho que repete o dia todo: “ que delícia, eu sou um gênio”, e uma boneca chorona.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A Marcela é uma menina muito engraçadinha que mora alí no 172, alí na Marcelolândia, de onde sempre se ouve essa canção: aaaaaaaaaaaaaiiiiiiii, aaaaaaaaaaaaaaaaiii, aaaaaaaaaaaaaaaiii, aaaaaaaaaaaaaii, a gente ainda é porquinhinho mas já sabe se virar...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-66465288107319636732011-02-08T00:03:00.001-02:002011-02-08T00:06:49.103-02:00Restaurante<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_w3pwJTN3dmrAzRkHzFWEcZ_oM8DZkN3hfVYgAASliD9iqfC4zBNojPkSnvmtZWps74LGRTM-8T9l9iNTyW9Pxcy3OOWyOGRWz_3VmoJe8dSwKx5DLewwbJIs5fL7ApQi0icnMY3JzojK/s1600/loucura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" h5="true" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_w3pwJTN3dmrAzRkHzFWEcZ_oM8DZkN3hfVYgAASliD9iqfC4zBNojPkSnvmtZWps74LGRTM-8T9l9iNTyW9Pxcy3OOWyOGRWz_3VmoJe8dSwKx5DLewwbJIs5fL7ApQi0icnMY3JzojK/s320/loucura.jpg" width="320" /></a></div>03/2009<br />
<br />
<br />
Os restaurantes zona-lestinos são tomados da nítida ausência da estética perfeita, envolta por um estrondoso ruído de estômago roncando às 11:30, de quem começou cedo no laboro, de quem tem fome das mesmas coisas. <br />
Eu me atardava na sala do escritório entediada com a presença de mim mesma, visto que as vezes não caibo em mim e não sei pra onde lançar o excesso que me transborda.<br />
Naquele dias ganhei as ruas rumo à sintonia sincopada das panelas de pressão, na terça-feira de bifê-a-rolê e gran finale com salada de frutas e tempo nublado. <br />
Chamou-me a atenção um senhor de idade avançada, ou diria, de muitos dias vividos, se bem vividos, de boina no cocuruto e costelas afinadas pelo paletó de alfaiataria.<br />
Da porta que se adentrava avistava-se um eu perplexo na mesa, observando seu caminhar paulatino, enganchado nos braços de seu filho, a fitar-me com impressionante expressão nos olhos, cansados, mas de uma firmeza estarrecedora.<br />
Não sei se por não conseguir movimentos nos olhos ou se simplesmente o verde da minha blusa me fez bonita, ele sentou-se, quase atrofiado, à cadeira, sempre olhando, com severidade, quase peço desculpas por não sei o que e ofereço minha mão à palmatória.<br />
O vento que se fez com sua passagem revelava um odor característico da pele envelhecida. Seus ombros curvos, seus cabelos branco-amarelados e uma barba rala, um corpo que não se agüenta, como o meu, as vezes no escritório.<br />
Enquanto esperava a guarnição, vez ou outra limpava o nariz nas mangas da blusa. A coriza parecia aborrecê-lo. Tive a impressão que se ele pudesse, arrancaria fora seu próprio nariz.<br />
Não falava, não sei se por estar gasta a sua voz, seu repertório, ou se vencido por alguma anomalia de seu corpo velho, de seu velho corpo.<br />
Seus traços me remetiam à um passado que não era meu, mas mesmo não sendo meu o passado, me senti no direito de vasculhar o frescor juvenil que um dia teve aquele corpo franzino. Sua voz já deve ter entoado cânticos dodecafônicos, suas pernas, percorrido jornadas infindáveis em busca do seu futuro, que hoje é o que vejo. Suas mãos fizeram, ou não fizeram, ele pode nesse momento, enquanto mastiga, estar pensando em como teria sido se...<br />
Imagino que ele sempre pensa: e se... Imagino que ele pensa muitas coisas e por não falar, talvez não escutar também, tenha desenvolvido leitura labial. <br />
Ele parecia sentado, trancafiado num limbo impessoal, arfante, tentando ganhar a pouca-luz do restaurante empestado do cheiro de bacon acebolado.<br />
Quando ofereceram-lhe farofa, seu filho a responder por ele, disse um não redondo. E eu vi seu olhar pedinte a acompanhar a cumbuca e sua boca salivar. Privaram-lhe de um prazer, provavelmente com medo de que ele engasgasse.<br />
Essa é a convivência mais árdua: você preso ao seu corpo com você mesmo. A mais íntima relação, tão íntima que deve ser enfadonha. A rotina torna-se mais certa e raramente haverá imprevisibilidades, surpresas, conquistas, tudo tanto-faz-como-tanto-fez. <br />
Tenho a impressão que ele não quer fazer sentido. Parece vangloriar-se pela íntima certeza de já ter sido e de já ter tido. Não precisa mais significar-se.<br />
Ele se alimenta frugalmente. Teria tido colesterol nessa vida? Estresse? Sofreria ele com os males modernosos e contagiantes das síndromes do pânico? Teria ele medo de uma catástrofe ambiental? Será que ele tem medos ou a idade o transformou num homem de coragem? Será que ele acredita em Deus? Pressente a morte? Tem mal de Alzheimer? Será que viveu uma grande paixão? Será que se sente punido por não ter sido um ser humano melhor ou será que aceita passivamente, com subserviência os desígnios da vida e seu presente preso dentro de si mesmo?<br />
Os gestos de seu filho, aparentemente espirituoso, talvez tenham saído ao pai.<br />
Percebo a força de sua genética, são muito parecidos. Dever ter netos, talvez também bisnetos. Deve ser viúvo e ter uma nora que torce para que ele morra logo e desocupe o quarto dos fundos para fazer ali o seu centro de estética.<br />
Ele me olha enquanto almoço. Eu o olho enquanto almoça. Ele nem imagina quantas perguntas eu tenho. Eu não sei se ele teria as respostas.<br />
Eu o amei sem o egoísmo que costumo amar as coisas que me prendem a atenção, dele eu não teria nada. Ele não me ofereceria nada. Se pudesse falar, acho que diria que não tem mais nada a perder.<br />
A propósito, não comeu o prato do dia. Almoçou um bocado de hortaliças e atreveu-se à um pouco de massa regada de molho pálido. Nada em sua mesa era iridescente.<br />
Deve ter sentido vontade de palitar os dentes, suas mãos não tinham muita firmeza, conteve-se. Tudo nele era silêncio.<br />
Desertou a mesa me deixando tão muda quanto cheguei. De novo deixou no ar o cheiro de sua velhice. Nunca haveria de pensar que tamanho silêncio tivesse tantas palavras. <br />
Ainda me restam 20 minutos para a salada de frutas...A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-51940514340259978142010-08-31T10:43:00.000-03:002010-08-31T10:43:31.658-03:00Entenda<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwdG6t59Ku9C7k1VUkscQ7D9mbQrk_z3aefpL3Vm83Whnq0lPi8FTbXspLyXmlAESrKo1jFZfljvYpnvTWl5s7pzPBlGp-JOYrmx5OExcJepb881lS9lL569kMzKBlvpbQSCwvsTB_Q_PB/s1600/fada_pg20_21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwdG6t59Ku9C7k1VUkscQ7D9mbQrk_z3aefpL3Vm83Whnq0lPi8FTbXspLyXmlAESrKo1jFZfljvYpnvTWl5s7pzPBlGp-JOYrmx5OExcJepb881lS9lL569kMzKBlvpbQSCwvsTB_Q_PB/s320/fada_pg20_21.jpg" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><strong>... o mais fundo de meus pensamentos não entende minhas palavras (João Guimarães Rosa)</strong></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"></div><br />
<br />
Por que até ontem, quando eu circulava a passos rápidos descobrindo um pouco de mim a cada esquina, eu vivia um dia de cada vez, e vivia pela sede de decifrar o meu próprio mistério.<br />
Hoje, meus dias são seguidos de sono profundo.<br />
Dormir mesmo eu só durmo na madrugada, é quando eu fecho meus olhos internos... mas esqueço de manter uma luz acesa pra você se acomodar num ambiente mais aconchegante enquanto eu vago no mundo dos sonhos...A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-86294397602115471982010-03-27T00:08:00.003-03:002010-12-17T14:00:56.344-02:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ARwfDa9GjPKEOM6BilVHbxS9-OGG5GSwv95CljSDpoZlASNd9qTolVE_stO1GbDKv_7rZn5XT4InglKbLLUnUbaT0V-XdXvEm2LmOCQaIMwcisNxs0TBPSDwA66TudyLepassS-4-cbc/s1600/Ano+Novo+068.jpg" imageanchor="1" style="cssfloat: right; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" nt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ARwfDa9GjPKEOM6BilVHbxS9-OGG5GSwv95CljSDpoZlASNd9qTolVE_stO1GbDKv_7rZn5XT4InglKbLLUnUbaT0V-XdXvEm2LmOCQaIMwcisNxs0TBPSDwA66TudyLepassS-4-cbc/s320/Ano+Novo+068.jpg" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L ...Você sabe muito bem que eu te pedi em namoro pessoalmente.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L Eu pedi a sua mão em casamento.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L Eu disse que estava apaixonada.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L E você nem me deu resposta pra esse monte de perguntas</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L Sabia?</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L Foi um trauma...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- M “Meu”, não se pode sumir e aparecer do nada querendo se casar.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L Pode sim, eu nunca deixei de querer. Então qual o problema, hein?</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- M O problema é que relacionamentos são construídos.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- M Isso leva tempo.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- M E seu tivesse aceitado o seu pedido? O que teria mudado?</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- M Hein? Hein? Hein?</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- L Ah, você me deixaria mais segura, oras!</div>- L Porque gostar de você eu já gostava mesmo. Entendeu?<br />
- M Humm, quando a gente é mais novinho fica verde de paixão.<br />
- M Depois... parece que não é assim tão importante.<br />
- M É, e depois?<br />
- L Estamos nessa fase dos mais novinhos, de ficar verde de paixão? (risos)<br />
- L Ah, eu sei o que eu quero, claro!<br />
- M Então me conta<br />
- L Ué, eu vou esperar o dia da minha vida em que me perguntarei se me casar com você foi a melhor escolha.<br />
- L E dentro dessa vida coletiva-familiar-matrimonial, eu vou me encontrar, e vou fazer com que as nossas festinhas sejam ótimas também, porque até lá você já terá aprendido a tocar violão. <br />
- L E vou aprender a preparar uns pratos diferentes pra receber os seus amigos...e os meus também...<br />
- L Tomara que eles passem o final de semana inteiro.<br />
- L Quem sabe as férias inteira... adoro casa cheia!<br />
- L Ainda que seja um apartamento, no meio dessa selva de pedra mesmo.<br />
- M Simples assim? <br />
- M Livia, Livia...o buraco deve ser mais embaixo<br />
<br />
<em><strong>"Ele sugeriu que ela tentasse relaxar. Ao que ouviu em resposta que havia uma parte dela que ficava de fora, distanciada, assistindo a tudo. E acrescentou, ainda, que era uma parte que não conseguia se entregar..." (Luís Fernando Veríssimo)</strong></em>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-67281351757299768832010-03-26T22:04:00.001-03:002010-03-26T22:04:42.366-03:00Eu fui, eu sou...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixaSskc3LvO9u7TGmYSKLn5XknnYetFb84Z01taJhQa9hgbVnfPdwFyR6VyMahmUUs6g4LJyXNiYUC4932oZ6p3VpSvF-ccAJTvITBzgyYCuszGyrhkEkGe9admdKiUPNu9e0j_hc6oKGM/s1600/Ano+Novo+069.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" nt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixaSskc3LvO9u7TGmYSKLn5XknnYetFb84Z01taJhQa9hgbVnfPdwFyR6VyMahmUUs6g4LJyXNiYUC4932oZ6p3VpSvF-ccAJTvITBzgyYCuszGyrhkEkGe9admdKiUPNu9e0j_hc6oKGM/s320/Ano+Novo+069.jpg" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Você sabe que ainda há no meio das minhas coisas, outras coisas que brilham como as sapatilhas de outrora?</div>Mas o que brilha mais é a sensação da vida crescendo em mim. Vida, aflora...<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">É o amor se expandindo e exalando cheiro de “vocês comigo”, “cheiro de nós”, cheiro de “me acompanhem pela vida a fora”... eu quero, eu quero, amém!</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">E até aquelas histórias que eu contava com todo o entusiasmo entenderam que já não há mais espaço pro que não é nosso: meu, seu, dela.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">E toda aquela confusão ficou atinada. E tudo que há de bom fez parte do que eu sou agora, do que a vida dá para mim.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Verdade, não existe mais um diário. Eu doei a série vaga-lume e há tempos não tenho pantufas. Mas foi há pouco que minha adolescência dobrou a esquina seguindo à leste para nunca mais, ou talvez me visite nas festas de final de ano...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Só mantive a sensação do primeiro beijo de sempre e algumas velhas canções na vitrola para embalar o nosso sono. Para embalar a nossa vida. Para nos deixar bem juntinhos. Eu quero, eu quero, amém!</div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-42428357431533186642009-12-14T17:51:00.003-02:002009-12-15T09:47:10.131-02:00Não adianta nem tentar me esquecer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcbJ8b30kRARgu4_6TWjk_h4ESo6CM0f7sixjKrwz564YH7ZvNEEN-tayUDvDnj6S_tBzGOWrsU8Q_OQ-1sUBc7aOfUxRhlwzQblc7VpOFEpqf-BHuZh47CaKlXskDOS4r8swvQZo4k1jQ/s1600-h/page2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcbJ8b30kRARgu4_6TWjk_h4ESo6CM0f7sixjKrwz564YH7ZvNEEN-tayUDvDnj6S_tBzGOWrsU8Q_OQ-1sUBc7aOfUxRhlwzQblc7VpOFEpqf-BHuZh47CaKlXskDOS4r8swvQZo4k1jQ/s320/page2.jpg" /></a><br />
</div>A 20km por minuto aproxima-se o C413, 06:50 a.m. Vazio, bonito de se ver. Sem disputa pelo melhor lugar. O dia sem chuva. Plataforma 2 da Linha 12 da CPTM.<br />
E eu jurava que meu dia seria torto caso ocorresse qualquer evento que me tirasse da rotina. Eu sempre quero a minha rotina. Ela é minha.<br />
O trajeto Calmon Viana – Brás tem um tempo estimado de 62 minutos. Tempo exato que levei para chegar à Estação de Itaim Paulista e me deparar com o caos urbano dessa cidade com a inoperância do transporte coletivo.<br />
Me lembro de ter refletido nas escadas durante uns 15 minutos antes de decidir o que faria naquela situação. Liguei pra Simone.<br />
Claro, eu esperaria com o melhor dos meus olhos e ouvidos. Eu esperaria com a grande paixão pelas coisas inusitadas e pelas pessoas que vem e vão e aproveitaria para apresentar esse mundo fantástico à minha filhinha querida...<br />
Nos arredores verifiquei algumas barracas de bolo de fubá cremoso e pingado. A gravidez é terrível nesse sentido, mas eu não arriscaria. Sou daquelas que procura pêlo em pudim, como diz um velho conhecido dessa vida.<br />
Ás 08:15 da manhã a cidade já era musical. Pedais de bicicleta enferrujados, salto alto, Jornal do Concurso e Empregos folheados pelo vento dos carros passando pela rua, e ciganas com dentes de ouro e saiotes coloridos.<br />
E no açougue o pernil sem osso estava à R$ 8,98 Kl. O Rei fazia o fundo sonoro para alavancar as vendas<br />
<br />
<em>Não adianta nem tentar</em><br />
<em>Me esquecer</em><br />
<em>Durante muito tempo em sua vida</em><br />
<em>Eu vou viver...</em><br />
<br />
E o trio de ciganas na manhã de segunda...<br />
<br />
<em>Como você explica? Ele sai com uma troca de roupa suja e volta na segunda com a mesma roupa limpa... Quem lava pra ele, hein? Pra onde ele vai, hein? </em><br />
<em>Se fosse você o seguiria, mãe. Encara logo a verdade. Acabou, seja forte!</em><br />
<br />
E Roberto...<br />
<br />
<em>Detalhes tão pequenos de nós dois</em><br />
<em>São coisas muito grandes pra esquecer</em><br />
<em>E a toda hora vão estar presentes</em><br />
<em>Você vai ver...</em><br />
<br />
<em>Pra quem era aquela pulseira, mãe?</em><br />
<em>Olha pra vc...</em><br />
<em>Tudo bem, ele é nosso pai, mas arrumar outra no mesmo acampamento...</em><br />
<br />
<br />
E o rei... <br />
<br />
<em>Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada</em><br />
<em>Do tempo que transforma todo amor, em quase nada</em><br />
<em>Mas “quase” também é mais um detalhe</em><br />
<em>Um grande amor não vai morrer assim</em><br />
<em>Por isso</em><br />
<em>De vez em quando você vai</em><br />
<em>Vai lembrar de mim...</em><br />
<br />
<em>Mãe? Mãe?</em><br />
<br />
<em>Não adianta nem tentar</em><br />
<em></em><br />
<em>Me esquecer</em><br />
<em>Durante muito tempo em sua vida</em><br />
<em>Eu vou viver...</em><br />
<br />
Abordavam, cada uma delas, os transeuntes apressados e perdidos na Estação de Itaim Paulista na manhã de segunda-feira, 14/12/2009, às 9 e poucas da manhã que não chovia <br />
<br />
<em>Me dê aqui a sua mão, moça bonita</em><br />
<em>A cigana lê o seu destino...</em><br />
<br />
Essa vida é mágica, filha!A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-83559373210652759552009-11-03T09:55:00.001-02:002010-01-16T20:47:12.681-02:00Un solo amore al mondo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi99fUPvmJb15_zRFaQcJrAgFDv1weksJ-fawbX8A1-m0CNfbPqXyxtQvPM8Fqb51qgGUM_JQQwhlvbhQkL2zouu6nU6d98h5Srf2j4agmS7H1C9S68XcFfGsenzBjonWXKjOzs-qZQOLxL/s1600-h/Un+solo+amore.bmp"></a><br />
<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhagLfHGPEUvdfV3NWThrc2dTbwOFgVj3Qg-zffQJFFMRJ_mPREopG0dkPVHU2uKr2w2PTtIfHpFGg-2adcS8C8wSQ2V1BC_Sn9r18OwHRQENZ8poaEwGMVQj_g_L-l6i8CSOFvMIhPuwQT/s1600-h/gesto.bmp"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399836846432757778" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhagLfHGPEUvdfV3NWThrc2dTbwOFgVj3Qg-zffQJFFMRJ_mPREopG0dkPVHU2uKr2w2PTtIfHpFGg-2adcS8C8wSQ2V1BC_Sn9r18OwHRQENZ8poaEwGMVQj_g_L-l6i8CSOFvMIhPuwQT/s320/gesto.bmp" style="cursor: hand; display: block; height: 213px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
Começo de semana, no trem, as especulações são tamanhas.<br />
</div><div>Normalmente, fatos que marcaram a semana anterior e caíram na boca do povo.<br />
</div><div>Daí o júri misturado, as dezenas de julgamentos seguidos de sentenças pesadas, até pena de morte.<br />
</div><div>As vezes eu penso que a solução para as tragédias causadas pelo homem começa com um olhar para a própria vida.<br />
</div><div>A mulher que diz que a moça da Uniban mereceu o insulto e a humilhação pelo tamanho do seu vestido, é a mesma sentada em assento preferencial, "saudável da silva".<br />
</div><div>Não quis que minha filha se chateasse logo pela manhã. Acariciei a minha barriga pra ele não se assustar com o mundo que lhe espera: tudo bem, mamãe está aqui...<br />
</div><div>Às 6:00 da matina o dia estava nublado.<br />
</div><div>Um casal de chinês vestia jeans e combinava lilás-preto e muito mimetismo.<br />
</div><div>Os dedos do pé da moça eram compridos e finos, de uma delicadeza tipicamente oriental. Corpo esguio e altura mediana, cabelos longos, constantemente afagados pelo namorado.<br />
</div><div>Ele, alto, pele queimada de sol, costas largas, barba rala e os olhos só pra ela.<br />
</div><div>Não tinha trilha sonora. Um vendedor reinava soberano em todo o vagão C428: "só aqui na minha mão, cartela com 15 presilhas tic-tac, de primeira linha, só por 1 real... é só 1 real...<br />
</div><div>A mão dela enlaçava o pescoço dele. Descia devagarinho pelas costas seguido de um abraço apaixonado. A palma da sua mão cobria o rosto dele num gesto de carinho absurdo, contrário a todos os julgamentos do mundo, só o amor...<br />
</div><div>Enquanto abraçados, ele, de olhos cerrados, trazia um sorriso tranquilo nos lábios, de quem merece tudo, de quem tem ao seu lado a mulher de sua vida, e mais nada.<br />
</div><div>Eu fechei os olhos para contar a parte boa para o meu rebento:<br />
</div><div>Olha filha, felizes os que se amam logo pela manhã...<br />
</div><div>Felizes os que vivem o amor todos os dias de suas vidas...<br />
</div><div></div><div><em>Amore mio, sei tutto:</em><br />
</div><div><em>non sei calma, pace e tranquillità.</em><br />
</div><div><em>Se non dormo è per Te,</em><br />
</div><div><em>ma se dormo è con Te.</em><br />
</div><div><em>Tu che ci sei</em><br />
</div><div><em>tutto lasci che sia:</em><br />
</div><div><em>pioggia e cielo su me</em><br />
</div><div><em>migrazioni nell'aria.</em><br />
</div><div><em>Di porzioni di Te,</em><br />
</div><div><em>bella negli occhi miei</em><br />
</div><div><em>come nell'acqua ti bagnerai.</em><br />
</div><div><em>Tu che ci sei</em><br />
</div><div><em>come il cielo è nel cielo,</em><br />
</div><div><em>como il mare è nel mare...</em><br />
</div><div><em>Tutto è semplificare,</em><br />
</div><div><em>su può dire e sei Tu</em><br />
</div><div><em>ma più bella Tu sei,</em><br />
</div><div><em>bella più</em><br />
</div><div><em>delle parole mie.</em><br />
</div><div><em>C'e un solo amore al mondo...</em><br />
</div><div></div><div><br />
</div><div></div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-46752053586479759282009-11-02T20:35:00.000-02:002009-11-02T20:49:42.806-02:00<img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 60px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399638569413278962" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_HWuVbmC2K3LyxNdidC215ILhGiaPpDnZiqf-_k22YCxJcEGqqwIXTFidkLGHD-pCT8ZjvmkAKXZyGGKxxrXXqeDSMWcClDnaQ1AssWgXzRS7K4-AhKx16OG08KXAmU-s1Hfn2zidM58Z/s320/Imagem+235_cropped_cropped.jpg" /><br /><br /><br />Certa vez eu ouvi dizer que começamos a ser mãe ainda com o filho dentro da barriga<br />E que uma vez alí dentro aquela vida, não existiria mais solidão<br />Então eu me deito e pergunto ao meu bebê o que faremos no dia seguinte pra nunca nos sentirmos sós: eu lhe darei as minhas melhores palavras<br />As palavras muitas vezes representam a imensidão de todo o meu amor<br />Porque solidão não é a ausência física de quem a gente ama, isso é saudade<br />E saudade, embora dolorida, a gente supera com o sorriso da criança<br />O filho vira o fruto do seu amor correndo pela casa<br />Ele só pode ter sido feito com amor...<br />E a solidão é a constante daqueles que estiveram tão próximos por tempo insuficiente pra deixar de ser solidão...<br />O que me dói agora não importa!<br />O filho te ensina a ser mãe...<br />...E a achar que nesse mundo, ninguém nunca mais será capaz de te fazer sentir-se sozinha de novo.A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-53182120772192455302009-11-02T02:10:00.001-02:002009-11-02T20:34:49.581-02:00Só para o nosso entendimento<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4UBOhzn49nPugPo3PGXTujggPnJmbHFHTyaGYsSxt547Ozp5kElY7Ky3XIzNKNfr8icHCRT39Ux91z8F9W07xZxGHmE7CzlG4QrvjkXF7_FrZrOYm_B4Y0d6sPEnj_uLTlaneOv84c4n4/s1600-h/amelie-poulain-poster01t.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 115px; DISPLAY: block; HEIGHT: 165px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5399638377952181842" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4UBOhzn49nPugPo3PGXTujggPnJmbHFHTyaGYsSxt547Ozp5kElY7Ky3XIzNKNfr8icHCRT39Ux91z8F9W07xZxGHmE7CzlG4QrvjkXF7_FrZrOYm_B4Y0d6sPEnj_uLTlaneOv84c4n4/s320/amelie-poulain-poster01t.jpg" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX5lpEnSSMH5DGjYA8gZC5R9ediVRrP7AWJm87ooDOAywlKGxjGsfECjk9nvZkcKc25JPT1sHR_laBd98J2Fk1Y5cJxFFk-uoKbqKnvfEFelJnjEoHJGCprQM4AA0Uf-JQ51SDFj99RpRq/s1600-h/Imagem+235_cropped_cropped.jpg"></a><br /><br /><div>...tem amanhã pra pensar<br />apesar que eu acho que eu prefiro no domingo<br />já é o começo da semana<br />fica mais próximo do outro final de semana<br />se eu falar com vc na segunda, falaremos do que aconteceu "ontem", é menos 1 dia de saudade de sábado para segunda<br />o domingo é uma pedra no sapato, pq eu te vejo no sábado e fico o domingo inteiro pensando em vc, então, já que trabalho na segunda, não tenho tanto tempo pra ficar pensando<br />acho mesmo que o problema todo sempre foi o domingo<br />se eu estiver com vc justamente nesse dia, acho que não tem mais problema nenhum<br />né?<br />mas eu adoro as noite de sábado...</div></div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-9332887837146243082009-10-28T14:17:00.000-02:002009-10-28T14:28:02.403-02:00Antenada<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRBlei0oHQHpa6MGYAkJWNKtdREzsQVI__1bmUr3rH0CMGRS3H-DWbxerx7WWrTEkmd_5C2zh0rMZrLreMsZZ8aW_2Xt86CakXsAbXXZ6ev_T4OMu15nb7FcVgBZhPmg6RhqtJ0JQbnq3k/s1600-h/caixas.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 213px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397686023448104690" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRBlei0oHQHpa6MGYAkJWNKtdREzsQVI__1bmUr3rH0CMGRS3H-DWbxerx7WWrTEkmd_5C2zh0rMZrLreMsZZ8aW_2Xt86CakXsAbXXZ6ev_T4OMu15nb7FcVgBZhPmg6RhqtJ0JQbnq3k/s320/caixas.bmp" /></a> Não é de hoje que eu não gosto de discutir sobre as grandes questões mundiais: as causas dos protestos no Tibete, gerra no Afeganistão, irregularidades no senado, efeito-estufa...<br />As minhas opiniões acabam se voltando para o lado sentimental das coisas.<br />Assim como minhas dissertações pedagógicas, embora com um grande fundo de teoria embasada em obras bibliográficas sobre as questões educacionais, tinham sempre algo de subliminar.<br /><em>"A avaliação deve estar longe de causar tal desconforto. Em prol de sua eficácia ainda há muito por fazer, muitas reformas / adequações e, principalmente, muita boa vontade..." </em>(Considerações Finais do TCC).<br />E o professor sempre me dizia que redação não era poesia...<br />Nos próximos 30 anos eu ainda quero discursar política majestosamente nas rodas de conversa lá de casa sem me sensibilizar com o olhar piedoso de algum político canastrão. E ainda, hei de não gritar quando alguém atingir meus ideais forjados...<br />Óh, tempo, senhor do amadurecimento! Me tire logo dessa adolescência!<br />Em cada caixinha que guardo quero deixar meu mundo encantado para pisar no solo das coisas trágicas.<br />E quando tudo estiver conturbado, vou presentear esse bebê que está chegando, com um mundo de fantasias que só a mãe dele conheceu...<br />Que assim seja!A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-81142173889630000322009-10-28T12:25:00.001-02:002009-10-28T12:28:33.318-02:00Rococó<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFlvMQnD-38TV-t4UdIWZ8OWQxF5iyebhGprYIM0yx1pJBUb9oxmpb2LSKkJaRxw-i9P5RZuvM2EsH9KpFzJLoMQOWMO1e1vb22P1EVzJVLCLrVRjqy4icikCO31aNC9t0A5_G3AOVEezQ/s1600-h/sapato.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 214px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397657141494016114" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFlvMQnD-38TV-t4UdIWZ8OWQxF5iyebhGprYIM0yx1pJBUb9oxmpb2LSKkJaRxw-i9P5RZuvM2EsH9KpFzJLoMQOWMO1e1vb22P1EVzJVLCLrVRjqy4icikCO31aNC9t0A5_G3AOVEezQ/s320/sapato.bmp" /></a> Meus pés são sapatos coloridos em ambientes rústicos<br />Pra levar um pouco de vida às coisas iridescentes<br />Mas só um pouquinho de vida...<br />Tem coisas que são mais atrativas sendo neutras<br />Decorações "nudes" vão bem com acessórios de cores variadas<br />Assim como seu All Star bege combina com a minha jaqueta amarelo-ouro<br />Sabe?A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-33804491465271024502009-10-28T12:03:00.000-02:002009-10-28T12:09:19.275-02:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIhf_JcOpfp5JOPq7mnTfkTHAvLAF74lccQAowgh_eyKKRkI1hyphenhyphencKdbvA2ONxivOwsCYoohRblGpqtQtii_OIVzSRcjtQJuxQDNIqCBocoX5rEqyoLZ5IzNSBSpJY0uQP0tVCmkYM_TBol/s1600-h/anel.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 213px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397651450307882482" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIhf_JcOpfp5JOPq7mnTfkTHAvLAF74lccQAowgh_eyKKRkI1hyphenhyphencKdbvA2ONxivOwsCYoohRblGpqtQtii_OIVzSRcjtQJuxQDNIqCBocoX5rEqyoLZ5IzNSBSpJY0uQP0tVCmkYM_TBol/s320/anel.bmp" /></a> O olhar é uma coisa incrível!<br />Não me refiro aos olhos. Não seria tão simples assim... e eu não costumo gostar das coisas tão simples assim<br />Eu falo dos pontos iluminados ao fundo da foto<br />Que parecem gotas de chuva seca<br />Fogos de reveillon vistos sozinho da janela do décimo quinto andar<br />E o óculos sai de cena, que é para deixar as lágrimas escorrerem à vontade...A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-90193444633103512072009-10-28T11:21:00.000-02:002009-10-28T12:10:47.158-02:00Caixinha de Músicas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUL3ymwIzMT3JdYwHh-u3MlCMCkh-jepzWOdRsJ0MZf-PxXUi-v3F7D9ujbhdMf2gDAifyY4dMMp9p5r9phcnbtAOgejMNJaUEL_JCn_XKoDjVNSz6ufOal8hVayBUyE6yJEBLAlBD1NRY/s1600-h/Caixa+de+musica.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 266px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397641297437132466" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUL3ymwIzMT3JdYwHh-u3MlCMCkh-jepzWOdRsJ0MZf-PxXUi-v3F7D9ujbhdMf2gDAifyY4dMMp9p5r9phcnbtAOgejMNJaUEL_JCn_XKoDjVNSz6ufOal8hVayBUyE6yJEBLAlBD1NRY/s320/Caixa+de+musica.jpg" /></a><br /><div>(Re)Começo com uma canção de um velho conhecido das noites de Mogi...</div><div> </div><div></div><div>Volta pensamento</div><div>Bico de bule</div><div>Ponta de adaga</div><div>Vivo esquecido</div><div>Densa neblina</div><div>Cheiro de mato</div><div>Opaco sorriso</div><div>Laço de fita</div><div>Feia chaga</div><div>Vida de medo</div><div>Da vida</div><div>Vaga aberta</div><div>Às trevas</div><div>Da janela</div><div> </div><div>(Adaga - Rui Ponciano)</div><div> </div><div> </div><div></div><div>Porque são canções que eu nunca deixarei de sapatear em minha caixinha.</div><div>A bailarina nunca deixa de dançar, com delicadeza, seus pezinhos se elevam...</div><div>... as flores, embora belíssimas, não nos pertencem de fato.</div><div>E a caixinha traz de volta o pensamento... vaga aberta às trevas da janela...</div><div></div><div></div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-63125406202105316732009-01-12T15:22:00.000-02:002009-01-12T15:40:54.707-02:00Garimpando Diamantes - Linha 12 (Safira) - CPTM<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiso3zdiFtj3V_6tFXOD0Wja5jHLBNwRo1spS39zTgjU9pksLE0DRNvZ48X5kAoTeoW4ih7w2z7r2M_XrorKYAn0XaWaEYt_4c58A515ze4opMOVu6D3woZerHGBQdZoAsB258B-cIqWtz/s1600-h/CVP.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290461552348998674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiso3zdiFtj3V_6tFXOD0Wja5jHLBNwRo1spS39zTgjU9pksLE0DRNvZ48X5kAoTeoW4ih7w2z7r2M_XrorKYAn0XaWaEYt_4c58A515ze4opMOVu6D3woZerHGBQdZoAsB258B-cIqWtz/s320/CVP.jpg" border="0" /></a><br /><br /><strong>Peão de Obra</strong><br /><br />Lá vai um peão sem nome<br />Daqui nem se vê seu rosto<br />Um braço firme cortando dormente<br />Com um brio que nem vê desgosto<br />Um apito avisa que a morte ronda<br />Uma vida vibra e o medo assombra<br />Maria Fumaça, Procelito e Nozinho<br />Antes das sete, prosa e cafezinho<br />Construindo caminhos, trabalhador de porte<br />Pra Euclides da Cunha , antes de tudo, forte.<br /><br /><br /><strong>O Engenheiro</strong><br /><br />Dentro dos limites dessa obra é quase impossível visar o tamanho do prejuízo que já tomamos pela falta do comprometimento humano.<br />E então a gente aprende a não ver para não contabilizar maiores perdas.<br />Se temos olhos pra enxergar todos os atos voluntários de corrupção dos outros, nunca entregamos os empreendimentos em prazos determinados.<br />Por isso é que eu não procuro.<br />A melhor maneira de conhecer o ser humano é dando a ele toda liberdade possível. E no final da obra, já saberemos se ele estará presente nas próximas.<br /><br /><br /><strong>Lindemberg</strong><br /><br />Você viu o Lindemberg?<br />- Ta vendo um uniforme andando sozinho?<br /><br />Ave Maria, Lindemberg, se tirarem uma fatia da sua bunda, não enche um pastelzinho!<br /><br /><br /><strong>Moacir</strong><br /><br />Ele passa todos os dias pelo trecho, entretido numa conversa e noutra, passando dados para futuras contabilizações no departamento pessoal e administrativo.<br /><br />- Engenheiro Wander, na escuta?<br />- Engenheiro Wander, estou com a relação aqui, positivo?<br />- Já passei a posição para todos os apontadores e agora vou passar a posição para o pessoal lá no escritório.<br />- Positivo, apresentarei a relação com as posições.<br />- O senhor tem alguma posição, engenheiro Wander?<br /><br /><strong>Comentário geral da obra</strong>: É, com tantas relações e posições, o Kama Sutra ta perdendo feio pro Moacir.<br /><br />Peão não tem mãe!<br /><br /><br /><strong>Rangel</strong><br /><br />No canteiro de obras as vezes aparece uma imagem que enche os olhos da gente...<br /><br />- Morena cor de amendoim, vem pra mim!<br /><br /><br /><strong>Tião</strong><br /><br />No trecho o pessoal é muito solto.<br />Não sei se me adaptaria a esse serviço de escritório, sabe?!<br />Todos os colegas da via férrea falam o que querem, não tem ninguém pra pegar no pé. É claro, rola muita fofoca. Mas veja, fofoca de homem é diferente...<br />- Me diga, já falaram mal de mim?<br />- Não, eles dizem que você é linda.<br /><br /><br /><strong>Sr. Orlando</strong><br /><br />Peão de obra é uma coisa louca, menina!<br />Veja bem, você que é mulher: se passa ligeira pelo cabra, narizinho empinado e cabelos ao vento deixando rastro de perfume pra trás, é moleca nojentinha demais...<br />Se passa mostrando os dentes e acenando politicamente para os rostos cansados, você é musa, você vira verso, você encanta.<br />O bom é fazer do segundo modo. O peão trabalha com o sorriso nos lábios, só tem perigo é da ponte sair com o formato do seu corpo.A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-40555582739581794072009-01-08T11:23:00.000-02:002009-01-08T11:25:35.748-02:00Tendência<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh02nKLwx3g945PCp0JCQnhZy07gQSinW3GqLQY21LyikU6xKmxhTojqm_uk4ujpDFen297coaz9SgY-AE7xWYmWt4xbqXjeju54I6q3zJ0d9VuvtIqYD8SCgbix74vq7F469jj8HN3qOs3/s1600-h/Tendencia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5288913070416808146" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh02nKLwx3g945PCp0JCQnhZy07gQSinW3GqLQY21LyikU6xKmxhTojqm_uk4ujpDFen297coaz9SgY-AE7xWYmWt4xbqXjeju54I6q3zJ0d9VuvtIqYD8SCgbix74vq7F469jj8HN3qOs3/s320/Tendencia.jpg" border="0" /></a><br /><div> </div><div>Eu tenho uma sapatilha prata.<br />Uma outra preta brilhante, com uma estrela prata.<br />Uma tiara preta com detalhes prateados, assim: preto com cinza brilhante.<br />Tenho outras sapatilhas que brilham e outras não... são coloridas e as vezes brilham por causa do verniz.<br />E tenho outras tiaras de cores diversas, umas que não brilham e outras que nem chegam e já reluzem... ao longe.<br />Tenho também umas pulseiras brilhantes que chacoalham por serem muitas.<br />Outras pouco barulho fazem ou até barulho nenhum, porque pendem solitárias em meu pulso.<br />Mas tenho uma pulseira prata e também uma ouro... essas brilham e combinam com o meu batom cor de boca... discreto, pois as pulseiras já brilham por si só.<br />Um batom vermelho, “choco Kiss nº 9” que combina com minhas sapatilhas vermelhas e com as unhas quando também estão vermelhas.<br />Quando não estão vermelhas ficam bem com o “Paris”. Esse sim combina com tudo, sobretudo com os cílios puxados e gloss nos lábios.<br />O gloss combina com os meus novos vestido. Lindos... ficam tão bem quando voam, quando sacodem no corpo e os cabelos também esvoaçam por causa do vento.<br />E o vento... ele espalha o perfume que eu mais gosto e lustra minha sapatilha prata.<br />E a preta brilhante com estrela prata, e as coloridas, a vermelha envernizada e as que também não brilham... e as pulseiras, e as tiaras... o esmalte... o batom... essas coisas todas minhas.</div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-41633908631783896462008-10-29T13:43:00.001-02:002008-10-29T15:22:05.363-02:00Adeus Mundo Cruel<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvrDD2vF7T24rrhOtMZ2Zftv_cnCAmkYJWiTjdI-Jc-DddPzcp2UHYA4hto2CvS_D7Ia1rF1p-l_EmBUVmQZvjICdlV2SHkMVuNRHmHFu31TXtHbxzqQuvyFXMdoYmTgNkFkyhQ77HB0th/s1600-h/ATcAAACvxlYL6asWZEHigbwi1KxKvkoNvZkPacLssrV9ouBCRoFYdzI0fUD2HAsSb2PHz7Yogby-Dt6GZ_Is6CJvD1SaAJtU9VDZZm0i8CtjUI3oXOldTgNLcViF-A.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5262605087259420770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvrDD2vF7T24rrhOtMZ2Zftv_cnCAmkYJWiTjdI-Jc-DddPzcp2UHYA4hto2CvS_D7Ia1rF1p-l_EmBUVmQZvjICdlV2SHkMVuNRHmHFu31TXtHbxzqQuvyFXMdoYmTgNkFkyhQ77HB0th/s320/ATcAAACvxlYL6asWZEHigbwi1KxKvkoNvZkPacLssrV9ouBCRoFYdzI0fUD2HAsSb2PHz7Yogby-Dt6GZ_Is6CJvD1SaAJtU9VDZZm0i8CtjUI3oXOldTgNLcViF-A.jpg" border="0" /></a><br /><div><div><div>Cara Tereza e caro carinha,<br /><br />Estou indo para Santana do Jacaré, mas para que não pensem que estou desistindo dessa vida austera, preparei-lhes umas palavras:<br /><br />Definitivamente os defeitos alheios não me interessam. Ter a consciência dos meus próprios já tem sido uma luta constante.<br />Minha sorte é que não sou vítima de balas perdidas, mas por muitas vezes as vi sendo desviadas do que seria um tiro certeiro em qualquer parte do meu corpo, esquivei-me.<br />As coisas ruins teimam em chegar, mas em mim elas não param, não param não!<br />Não adianta querer que eu apregoe bens passageiros dizendo que esse é o nosso mundo, se a vida nos oferece outras opções...<br />Já não tenho paciência com essa visão limitada, e esse é um grande defeito, mas um que acaba de entrar para minha vasta lista.<br />Não estou a fim de atingir ninguém, o que foi ruim nunca precisa ser pior...<br />Ninguém precisa ensinar nada a ninguém, não precisa ser alguém para alguém ou ninguém para ninguém, sempre me aceitaram como eu sou porque estou sempre tentando ser melhor... que assim sempre seja, amém!<br />A desvinculação faz-se necessária quando não existem trocas de coisas reais, onde reina o orgulho, o negativismo e a descrença... estou fora!<br />Ainda hoje anuncio a todos os interessados, a hora da minha partida...<br />Estou indo para o interior, cansei da cidade grande.<br />E não é o trânsito, o trabalho excessivo, a poluição sonora, o ar irrespirável... não.<br />É por conta dos donos: os donos da verdade, os donos da vida, os donos da inteligência, os donos da sabedoria, os donos disso e daquilo. Todo mundo tem que mudar, menos os donos. Então eu mudo, mas mudo para o interior.<br />Que digam os maledicentes que minha vida é uma ilusão romântica. Balanço em cipós sim, porque todas as melhores coisas do mundo foram inspiradas por algum tipo de romantismo...mesmo os mais baratos, além do mais já dizia uma canção que os românticos são loucos, bem sei que sou.<br />Já estão colocando mais água no feijão para minha chegada. Receptividade é sempre bom! Vou correndo de bem com a vida.<br />Lá no interior me esperam Juliana, Alice e Cristina. O que quero mais da vida do que alguém a me esperar?<br />Cara Tereza e caro carinha, cedo-lhes um canto do meu quintal gramado quando quiserem me visitar. Não esqueçam de levar máquina fotográfica para registrar os momentos, é sempre bom.<br />Agradeço-lhes a paciência e perdoem-me a falta de franqueza por tantas vezes ter anulado meus sentimentos e ter deixado de lhes mandar à merda.<br /><br />Com carinho, digo, carrinho (Peugeot 206)<br /><br />Procelito Antioque</div></div></div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8256345984389663481.post-32862567148848509772008-10-23T11:12:00.000-02:002008-10-23T11:26:13.168-02:00Convite à Laura<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg78lZ1MhKI7a814IKvEemL5DPTE0vh3dEOt-GODVxX0AZa9kNnHRa2fqgzDvI_kh2GfgHQ3AmWYUh5rtEqGoT4MtaK_BfTa3Ahhj3uzWHsMjBC1q2gvNOIHeufwAsmcO9hF0abBdEs_35T/s1600-h/sem+título+1.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5260340017462851554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 247px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg78lZ1MhKI7a814IKvEemL5DPTE0vh3dEOt-GODVxX0AZa9kNnHRa2fqgzDvI_kh2GfgHQ3AmWYUh5rtEqGoT4MtaK_BfTa3Ahhj3uzWHsMjBC1q2gvNOIHeufwAsmcO9hF0abBdEs_35T/s320/sem+t%C3%ADtulo+1.bmp" border="0" /></a><br /><div><br /><br /><div>(Aceita Laura, aceita.)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuhwNl45DBevAaMgC4ggjHfD-EFYOb6bq1eceo0hCgWFZ45dmLmIq28ZZ7SNV4dmgE02aUyuDhAuThVcNDuzgyXW-unLIXXndWCwbOwKSZBy-sEu7cMfJSoTPIdxJOOoFjTSIHJv-J5lEw/s1600-h/sem+título+1.bmp"></a><br /><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div>Laura, és tão bela...<br />O que tens feito para tornar-te assim, tão bela?<br />Tens reparado em ti, Laura?<br />Porque não te olhas, menina?<br />Desculpe, sou obrigado a descordar dessa imagem que tens de si mesma, te acho tão linda!<br />Tu falas tantas línguas sem que seja preciso usar as palavras. O que buscas, Laura? O que queres mais? Fale... estou aqui, não tenhas medo.<br />Olha, não há perigo. Não há solidão à tua volta e nem mal que te seja feito se eu estiver por perto.<br />Confia, Laura. Deita-te aqui ao meu lado, eu seguro a tua mão, estamos juntos nessa vida... juntos.<br />Olhemos aquele horizonte e tenhamos, sem medo, coragem de admitir que enxergamos lírios, ou não, pois nem tudo são flores... mas estou aqui.<br />Ei, Laura, venhas inteira, menina.<br />Não deixe de ecoar a sua voz no corredor. Tu não te bastas.<br />Coisas boas também te esperam lá fora. Saia desta clausura.<br />Nesta vida, sobretudo, acompanha-te sempre mais perguntas. Por isso não te percas, não caminhes sozinha. Deixe que eu te ensine coisas que não sabes e aprendamos a nos amar, minha florzinha.<br />Use novamente o seu melhor perfume. Aquele que, inebriante, fez de mim este pobre apaixonado, carente de ver em ti, a vida.<br />Use novamente o seu melhor sorriso, aquele mais sincero que foste capaz de doar para um gesto de carinho meu. Aceita.<br />Daqui, morro por ti. De dó, morro de mim.<br />Laura, és tão bela...<br />Laura... amo-te.</div></div></div>A_li_vi_ahttp://www.blogger.com/profile/04562962232866706682noreply@blogger.com3