quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ambiguidade

Uma menina sentada no coreto da cidade do interior quase sempre sonha coisas distantes e possíveis de não acontecer da forma serena e angustiante que tanto almeja
Quase sempre sorri com lágrimas pelas coisas belas e bobas que a vida oferece e arranca de suas mãos tão pequenas de grandes gestos
A vida cheia de coisas boas difíceis de serem vividas por uma menina sentada no coreto da cidade do interior, quase sempre...
E sorri do amor que chega de mansinho e derruba sua resistência em acreditar que ele, de nada, vale tudo
Ela toma sorvete e observa lá de cima a vida correndo devagarzinho que nem dá tempo
E respira ofegante de tão lento que o dia passa, sente seu coração descompassado que parece que vez ou outra, para... ela sente
Quase sempre sonha coisas difíceis possíveis de serem alcançadas, ao ver a vida passar rapidamente naquele marasmo.
Lá do coreto. Sorri do amor que chega arrebatando com sua natureza calma. E da vida que lhe chega aos poucos com tanta urgência... quase sempre.
Lá do coreto. Um silêncio ensurdecedor que deixa ouvir a alegria gritando de tanta tristeza no coração de menina do interior, sentada no coreto tomando sorvete na agitação da cidade, quase sempre...
Quase...