terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cabernet Sauvignon e um Encaixe Perfeito

Você me deve um Cabernet Sauvignon para estocar em minha caixa de lembranças. Afinal, aquela tarde nem foi tão boa assim...
O que havia era uma inquietude do “saber não ser” existente em nós.
Sim, devo admitir que havia mimetismo em nossos passos e em alguns momentos senti minha respiração ofegante, embora tivéssemos andado muito.
Eu tive tempo suficiente para perceber que estava feliz e tinha uma argumentação precisamente inconsciente de que toda mulher gosta de andar de mãos dadas, e só.
Esse egocentrismo é um pecado. Se é! Porque ainda assim meu corpo pedia mais...
As ruas por onde andamos pediam mais emoção e guardariam segredo as sete-chaves caso enchêssemos de amor as suas esquinas.
A sua mesa no escritório sempre pede uma foto e meu eu, em conflito, sempre pede um poema.
Não um poema que me torne uma flor de haste delicada ou a musa inspiradora de “Vinícius”, mas um poema que comece com duas taças de Cabernet Sauvignon e acabe num encaixe perfeito com vista pra cidade, já que aqui não temos montanhas.
Por falar em cidade, não tornemos nossa paisagem ainda mais fria... No meu quadro existe um sol e ele sempre estará lá.
Os cantos das paredes do quarto não requerem tinta de primeira mão, eu até gosto dos tijolinhos.
Sim, entendo que você atribui a simplicidade a mim, e isso o irrita, mas essa não é tão só a minha definição...
Repare nas cortinas que o vento levanta e veja como combina com o momento, resta saber se dormimos ou não. De qualquer forma me ofereça um encaixe perfeito com vista pra cidade, e coloque qualquer música que fale por nós. Afinal, aquela tarde nem foi tão boa assim...

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